segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Apresentação no V ENECIM - Teatro Goiânia 06/12/2012

Apresentação no V Encontro Nacional de Ensino Coletivo de Instrumento Musical realizado em Goiânia de 04 a 07 de Dezembro de 2012

Artigo Apresentado no V ENECIM em Goiânia -2012


A CONSTRUÇÃO DE UM REPERTÓRIO ATRATIVO E EFICAZ PARA O ENSINO
COLETIVO DE VIOLÃO: UMA EXPERIÊNCIA

Fábio Amaral da Silva Sá
Secretaria de Educação do Estado de Goiás
amarlmusic@hotmail.com
Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência do ensino coletivo de violão,
com foco na escolha do repertório musical. A primeira parte é dedicada à discussão teórica
sobre as origens do ensino coletivo de instrumentos musicais. A seguir apresenta-se o projeto
de ensino coletivo de violão, desenvolvido pelo autor, em duas escolas públicas da cidade de
Goiânia desde 2005. A terceira parte discute a importância da escolha do repertório para o
aprendizado dos alunos. Verificou-se que a utilização de um repertório eclético, isto é, que
não descarta músicas que fazem parte da vivência dos alunos, mas também se utiliza músicas
ao qual eles têm pouco acesso, mas que são essenciais para um bom desenvolvimento técnico,
estimula e favorece a maior dedicação e interesse por parte dos alunos. Conclui-se que o
repertório é um dos fatores que favorecem ou não a permanência dos alunos no projeto, como
também o nível de interesse e dedicação ao estudo do violão.

Palavras chave: Ensino Coletivo; Violão; Repertório.

O Ensino Coletivo de Violão

A cada ano novos professores de música buscam conhecer e trabalhar com a
metodologia de ensino coletivo de instrumentos musicais no Brasil. Este método tem como
objetivo principal, fornecer o aprendizado musical à uma maior quantidades de alunos. Essa
proposta de ensino vem ganhando novos adeptos a cada ano. (TEIXEIRA, 2008)
Segundo Cruvinel (2004), o início do processo de ensino coletivo de instrumentos
musicais ocorre na Europa no século XIX, e mais tarde, ganha adeptos nos Estados Unidos.
No Brasil, esse método de ensino de instrumentos musicais chega em 1950, por meio do
ensino coletivo musical em bandas de música, em fábricas do interior paulista.
A metodologia utilizada no ensino coletivo apresenta pontos positivos e negativos no
que se refere ao aprendizado. Conforme constata Cruvinel1, alguns pontos positivos são a
cooperação, motivação, disciplina, desinibição do aluno, desenvolvimento mais rápido de um
repertório musical, melhora da afinação pelo fato dos alunos tocarem em grupo, bem como o
desenvolvimento do ouvido harmônico, tudo isso levaria a uma melhora na auto-estima e
consequentemente a uma baixa desistência dos alunos.
1 Para maior aprofundamento de o tema conferir o livro Educação Musical e Transformação Social de Flavia
Maria Cruvinel.
A autora constata por meio de entrevistas com professores de música alguns pontos
negativos, por exemplo, a dificuldade de manter uma turma homogênea, a medida que cada
aluno tem seu ritmo de aprendizado; a impossibilidade da utilização do ensino coletivo por
um período superior a dois anos, pois o aluno deveria ser encaminhado ao ensino
individualizado para ter um desenvolvimento técnico musical mais satisfatório, o que não
seria possível no ensino coletivo.
Observa-se nesse sentido, que a resistência de alguns professores de instrumento se
relaciona à influência do pensamento cartesiano caracterizado pela busca do virtuosismo para
alcançar a melhor qualidade técnica. (Cruvinel, 2004)
Sobre essa questão Teixeira nos diz:
Essa visão do músico instrumentista que deve ser um virtuose prevalece nos
Conservatórios e Escolas de Música atualmente, o que acaba por limitar o
acesso ao ensino instrumental, já que as aulas devem ser individuais para
elevar ao máximo a técnica de cada músico. (TEIXEIRA, 2008. p. 9)
Verifica-se diante dessas considerações sobre o método de ensino coletivo, uma
diversidade de opiniões acerca dos pontos positivos e negativos do processo de ensino
aprendizagem de instrumentos musicais. Embora não haja um consenso sobre o êxito deste
processo de ensino, é notável o crescimento de experiências que utilizam essa metodologia
com diversos instrumentos musicais. O violão é um dos instrumentos por meio do qual, o
ensino coletivo vem ganhando espaço a cada ano através de experiências bem sucedidas.
Obsevamos ainda, que o violão é um instrumento que se adéqua muito bem ao
contexto musical brasileiro. Primeiramente por sua popularidade, pois é usado em
praticamente toda música popular brasileira. Em segundo lugar por ser um instrumento de
baixo custo tanto de aquisição quanto de manutenção. Além disso, o violão é versátil
oferecendo diversas possibilidades harmônicas e melódicas.
No decorrer dos anos algumas iniciativas de ensino coletivo de violão vêm se
destacando no cenário nacional, demonstrando através de experiências bem sucedidas que há
uma vasta possibilidade a ser explorada no aspecto do ensino coletivo de violão e também de
outros instrumentos musicais. Dentre essas experiências podemos citar: A “Oficina de
Violão” na UFBA com a Professora Cristina Tourinho, onde se trabalha o ensino coletivo de
violão, tanto com a utilização do repertório clássico e popular. De muita importância também
podemos citar os projetos socioculturais com orquestras jovens de quatro cidades: “Nova
Vida” em Catalão – GO; “Camerata de Violão” Barro Alto – GO; “Sinfonia do Serrado”
Niquelândia – GO e Orquestra Jovem Lar das Crianças CIP (Congregação Israelita Paulista -
SP) coordenadas pelo violonista e Maestro Claudio Weizmann. Este desenvolveu uma
metodologia de ensino coletivo de violão e escreve os arranjos para as orquestras, abrangendo
o repertório clássico e popular, sendo que na aplicação não é ele o professor de violão e sim
professores da região.
Apesar de relatos de experiências bem sucedidas, existe ainda pouca divulgação sobre
a metodologia e o material didático criado ou adotado por esses professores. Na maioria das
vezes, os projetos e os resultados são divulgados, mas não a metodologia aplicada. Ainda não
é fácil encontrar livros didáticos e arranjos de canções populares escritos e direcionados para
esse fim, nesse sentido “há no presente momento uma falta de repertório que trabalhe a iniciação
no instrumento musical através da proposta de ensino coletivo” (VIEIRA, 2007, p. 2) Tal
situação pode se configurar em uma barreira para que novos professores possam aderir ao
método de ensino coletivo.
O objetivo principal deste texto é relatar a experiência e a metodologia utilizada no
ensino coletivo de violão em duas escolas públicas na cidade de Goiânia, e quais os pilares
que norteiam a escolha do repertório a ser utilizado no projeto.
O projeto de ensino coletivo de violão
No ano de 2005, foi implementado um projeto de ensino coletivo de violão em uma
escola pública na cidade de Goiânia, com a intenção de levar até os alunos matriculados no
ensino regular o ensino musical através do aprendizado do violão. Optou-se pelo ensino
coletivo devido a alta demanda de alunos interessados em aprender a tocar o violão, sendo
que havia apenas um professor para atender todos os alunos da escola.
Definiu-se inicialmente pela utilização da música popular brasileira como eixo
principal de trabalho, objetivando o conhecimento e o fortalecimento da cultura do nosso país.
Partimos também da concepção, segundo a qual, acredita-se no “poder da música como
agente transformador do ser humano, uma forma de expressão e interação que deveria ser
oferecida a todas as pessoas”. (TOURINHO, 2008, p.1).
Constatou-se que a maioria dos alunos não conhecia grande parte dos clássicos da
música popular brasileira, bem como os principais artistas que fazem parte de nossa
identidade cultural e política como: Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Vinícius de
Moraes, Chico Buarque, Pixinguinha e outros.
As aulas coletivas de violão foram aplicadas inicialmente em apenas uma escola da
periferia da cidade. Constatou-se que havia um grande interesse, mas que muitos alunos não
puderam participar, pois não tinham condições financeiras de comprar o instrumento musical.
Mesmo assim o projeto atendeu por volta de quarenta alunos no primeiro ano. As turmas
foram divididas no período matutino e vespertino, com duração de cinquenta minutos, uma
aula por semana. Cada turma possuía de três a seis alunos.
No ano de 2008, o projeto de Ensino Coletivo de Violão, foi estendido a outra escola
da rede pública da mesma cidade, agora na região central, devido aos bons resultados obtidos.
No primeiro ano de implementação do projeto na segunda escola, a quantidade de alunos por
turma era de oito a dez alunos e o tempo de duração foi ampliado para uma hora e quinze
minutos. Foram atendidos nesse primeiro ano mais de cinquenta alunos.
Em 2010 o tempo de duração da aula foi estendido, novamente, para uma hora e trinta
minutos em ambas as escolas. Verificou-se que o desempenho de aprendizagem dos alunos
melhorou consideravelmente, tal constatação confirma a experiência de professores, como
Flávia Cruvinel (2005), que considera ideal destinar duas aulas por semana para o ensino
coletivo.
O projeto é realizado no contra turno escolar. Nas duas escolas em que o projeto é
desenvolvido não há testes de seleção para novos alunos, pois acredita-se que todos possam
aprender, bastando para isso disciplina e estudo. É feita apenas a inscrição do aluno no início
do ano letivo, sendo que as aulas são gratuitas.
Nas aulas trabalha-se tanto o acompanhamento para a voz através da cifra, quanto a
execução da melodia. Divide-se a turma em grupos, enquanto um grupo toca a melodia o
outro executa o acompanhamento da música. Depois inverte-se para que os alunos possam
apreender todas as partes. Trabalha-se o início da leitura musical e também o estudo de solos
aprendidos de ouvido. Sempre no final de cada ano letivo ocorre um recital onde se
apresentam juntos os alunos das duas escolas, o que os tem motivado bastante.
O grande desafio a partir do ano de 2010 foi a experiência de se montar turmas com
cerca de vinte a vinte e cinco alunos, devido a grande procura. Embora tivesse receio de
perder o rendimento das aulas, percebeu-se que não houve queda significativa no mesmo, pois
o rendimento permaneceu semelhante se comparado com as turmas de dez alunos. Essa
experiência positiva só foi possível devido ao auxílio dos alunos mais adiantados que
tornaram-se monitores. Os monitores auxiliavam principalmente no apoio técnico de afinar os
violões dos alunos iniciantes e em repassar o conteúdo para alunos que haviam perdido
alguma aula.
Foi observado que há maior evasão dos alunos do ensino médio no projeto, isso
ocorre, principalmente, devido à inserção no mercado de trabalho, onde grande parte
consegue seu primeiro emprego, não sendo mais possível frequentar as aulas.
A escolha do repertório
Uma das grandes dificuldades dos professores que se aventuram a experienciar a
metodologia de ensino coletivo de instrumentos, diz respeito a escolha do repertório a ser
trabalhado, e da dificuldade de se conseguir arranjos principalmente para a fase inicial do
processo de ensino-aprendizagem. Outra dificuldade consiste em se eleger um repertório que
favoreça o desenvolvimento técnico do instrumento, mas que seja atrativo para o aluno. Como
nos chama a atenção Tourinho, “muitas vezes procura-se iniciar este trabalho partindo de
coisas áridas, extemporâneas, fora do contexto e das obras musicais, fora do contexto social
do indivíduo” (TOURINHO, 2002, p. 165).
Tomando como ponto de partida essas reflexões é que se elegeu no projeto em questão a
utilização da música popular brasileira como eixo principal de trabalho, pois se trata de um
repertório mais próximo da realidade dos alunos que cursam o ensino regular em escolas
públicas e consequentemente mais atrativo. Mesmo com a escolha de se trabalhar
prioritariamente com música popular brasileira, são utilizadas no repertório do projeto
músicas clássicas do repertório erudito, como também músicas populares internacionais, pois
elas favorecem o desenvolvimento de outras possibilidades técnicas e culturais de
aprendizagem para os alunos.
No projeto de ensino coletivo de violão existente nas duas escolas, utiliza-se como
material didático, uma apostila de violão, criada em 2003 pelo professor, voltada inicialmente
para ministrar aulas de violão particulares e individuais. Este material privilegiava no início
tão somente o sistema de músicas cifradas e a nomenclatura dos ritmos na pauta, buscando
assim um conhecimento amplo dos ritmos trabalhados pela mão direita no violão popular. A
partir do momento que esse material passou a ser utilizado no projeto de ensino coletivo de
violão, se fez necessário no decorrer dos anos uma constante atualização, e atualmente a
apostila já contempla além da proposta inicial, a leitura e a escrita musical de partitura, com
arranjos instrumentais2 a duas, a três e a quatro vozes, de canções populares brasileiras. Os
arranjos foram escritos especificamente para o projeto de ensino coletivo, bem como as
adaptações de músicas clássicas conhecidas para duas vozes.
O repertório escolhido para a montagem da apostila foi baseado em dois aspectos, o
primeiro refere-se à questão do desenvolvimento técnico progressivo, onde se começa com
leitura de notas longas, ritmos simples, dedilhados como canção, balada e valsa para que os
alunos possam desenvolver a sonoridade dos acordes, simultaneamente com o
2 Alguns arranjos instrumentais foram realizados por um músico especialista nesta área.
acompanhamento da voz, para depois entrarem nas batidas mais complexas e em leitura de
arranjos para várias vozes.
O segundo aspecto que norteia a escolha do repertório, refere-se à influência das letras
das músicas sobre o ouvinte, em que há uma seleção das músicas trabalhadas na escola e no
projeto de violão. Não há proibição da utilização de determinadas músicas, porém objetiva-se
"desenvolver nos alunos uma apreciação musical consciente e crítica, formando assim, não mais um
ouvinte passivo, mas um indivíduo que possa fazer uma reflexão crítica de todo material que lê, ouve
ou assiste no seu dia a dia. (SÁ, 2003, p. 199)
No projeto trabalha-se com a execução de melodias fáceis com leitura na pauta, para que
o aluno conheça, além dos acordes, as notas no braço do violão e o conhecimento básico de
notação musical.
Com frequência realiza-se adaptações de músicas populares que estão em evidência no
gosto musical dos alunos, subdividindo o arranjo original para várias vozes, onde cada voz
assume a função de um instrumento da gravação original, como por exemplo na música “Um
Anjo do Céu” da Banda Maskavo. Partitura em anexo com exemplo da introdução.
O violão 1 faz o solo inicial e a melodia do canto, o violão; 2 assume subdivisão rítmica
da guitarra; o violão 3 a sustentação harmônica como um teclado e o violão 4 a função do
Baixo. Dessa forma consegue-se a participação de todos os alunos do projeto em uma
apresentação pública, pois cada voz terá uma dificuldade técnica diferente, e até mesmo
aqueles alunos que tiveram apenas poucas aulas podem participar. Tal formatação estimula os
alunos, pois aquela primeira experiência com o palco torna-se prazerosa, e assim a primeira
barreira é quebrada e a motivação e o estímulo superam a dificuldade para se aprender os
arranjos mais complexos que virão.
O repertório utilizado no projeto busca desenvolver nos alunos uma visão das
possibilidades harmônicas e melódicas do violão, sendo que no decorrer do ano os próprios
alunos sugerem e contribuem para a escolha do repertório. Já ocorreram eventos em que o
repertório iniciava-se com arranjos instrumentais de músicas como Wave de tom Jobim,
passando por músicas caipiras como Menino da Porteira e finalizando com músicas de pop
rock como Do seu lado de Nando Reis, gravada pela banda Jota Quest. Nessa formação todos
tocam o acompanhamento no violão e cantam ao mesmo tempo, mostrando ao público um
repertório bastante variado e eclético.
Uma experiência que se mostrou bastante produtiva no projeto foi a participação dos
professores e alunos da Banda Musical de uma das escolas, montando e executando arranjos
musicais juntamente com os alunos de violão, o que além de enriquecer os arranjos favorece a
integração de diferentes projetos executados dento da mesma escola.
Considerações Finais
O projeto de ensino coletivo de violão se revela como uma possibilidade concreta de
ensino para as escolas públicas de ensino regular. Já com oito anos de existência, percebeu-se
que o repertório é um dos fatores que favorecem ou não a permanência dos alunos no projeto,
como também o nível de interesse e dedicação ao estudo do instrumento. Como constatou
Tourinho (2002), a utilização de repertório conhecido pelos alunos torna-se um fator de
estímulo para o estudo e aprendizado dos alunos.
Mesmo o aluno encontrando um universo musical mais amplo e diversificado, ele
também encontra um repertório que faz parte da sua experiência de vida e isso faz com que
ele não crie resistência para aprender o novo. Esta forma de organização do repertório traz
uma grande possibilidade de ampliar o gosto musical dos alunos e permite com que ele não se
prenda apenas ao que está em evidência na mídia no momento.
Observa-se que a escolha do repertório é fundamental para que se alcance êxito no
processo de ensino-aprendizagem de qualquer projeto de ensino coletivo.

Partitura da Música: Um Anjo do Céu.

Referências
CRUVINEL, M. Flavia. I ENECIM – Encontro Nacional de Ensino Coletivo
de Instrumento Musical: o início de uma trajetória de sucesso. Universidade Federal de
Goiás. In: I ENECIM – Encontro Nacional de Ensino Coletivo de Instrumento Musical.
2004, Goiás. Anais... p. 30-36 .1 CD-ROM.
____________. Educação musical e transformação social. Goiânia: Instituto Centro-
Brasileiro de Cultura, 2005.
SÁ, Fábio Amaral da Silva. A Influência das Letras das Músicas no Ouvinte: Um Estudo.
Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2003. p. 208.
___________e BORBA, Renato. O melhor do violão popular, 2003.
TEIXEIRA, Maurício Sá Barreto. Ensino Coletivo de Violão: Diferentes Escritas no
Aprendizado de Iniciantes. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro, 2008. p. 40
TOURINHO, Cristina. A motivação e o desempenho escolar na aula de violão em grupo:
influência do repertório de interesse do aluno. Ictus, Salvador, n. 04, p. 157-271, 2002.
__________. O ensino coletivo violão na educação básica e em espaços alternativos: utopia
ou possibilidade? 2008.In: VIII Encontro Regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de
Educação Musical e III Encontro Nacional de Ensino Coletivo de Instrumentos –ENECIM,
Brasília, 2008, Brasília.
VIEIRA, Gabriel. Ensino Coletivo de Violão: Técnicas de arranjo para o
desenvolvimento pedagógico. In: XVI Encontro Anual da ABEM e Congresso Regional
de ISME na América Latina. 2007, Goiás, p. 1-12.A



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Apresentação do Projeto na 18ª Mostra Científica e de Arte durante o Congresso PENSAR





Artigo apresentado no XIX Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical

Goiânia 28 de Setembro a 01 de Outubro de 2010
Ensino Coletivo de Violão: Desafios e Possibilidades
Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar a metodologia utilizada em um projeto de ensino coletivo de violão, bem como os desafios e as possibilidades de se trabalhar com este sistema de ensino. Para isso, realizou-se uma breve pesquisa bibliográfica sobre o tema a fim de verificar as experiências exitosas ou não desta forma de ensino. Em um segundo momento, apresentamos o projeto de violão realizado em duas escolas públicas da cidade de Goiânia, em que as aulas são ministradas com base no sistema coletivo de ensino. A partir da discussão teórica e da experiência prática, concluímos no que se refere às possibilidades, que o sistema de ensino coletivo proporciona o acesso ao aprendizado musical a maior quantidade de alunos, além disso, notou-se que essa metodologia tem maior desempenho quando aplicada para alunos iniciantes. No que se refere aos desafios, relatamos sobre a necessidade de um espaço físico adequado para a realização das aulas, além disso, a dificuldade de acesso aos instrumentos, por alunos de baixa renda. Notamos que os alunos participantes do projeto tiveram bons rendimentos nas disciplinas do ensino regular, além de melhora na auto-estima.
Palavras chave: Ensino Coletivo; Violão; Metodologia.
Breves considerações sobre o ensino coletivo de instrumentos musicais
O ensino coletivo de instrumentos musicais é uma proposta de trabalho que vem sendo adotada por vários professores de música em todo país. Este método tem como objetivo principal, fornecer o aprendizado musical à uma maior quantidades de alunos. Essa proposta de ensino vem ganhando novos adeptos a cada ano. (TEIXEIRA, 2008)
Segundo Cruvinel (2004), o início do processo de ensino coletivo de instrumentos musicais ocorre na Europa no século XIX, e mais tarde, ganha adeptos nos Estados Unidos. No Brasil, esse método de ensino de instrumentos musicais chega em 1950, por meio do ensino coletivo musical em bandas de música, em fábricas do interior paulista.
A aprendizagem do ensino coletivo apresenta pontos positivos e negativos no que se refere ao aprendizado. Conforme constata Cruvinel[1], alguns pontos positivos são a cooperação, motivação, disciplina, desinibição do aluno, desenvolvimento mais rápido de um repertório musical, melhora da afinação pelo fato dos alunos tocarem em grupo, bem como o desenvolvimento do ouvido harmônico, tudo isso levaria a uma melhora na auto-estima e consequentemente a uma baixa desistência dos alunos.
No que se refere aos pontos negativos a autora constata, por meio de entrevistas com professores de música, por exemplo, a dificuldade de manter uma turma homogênea, a medida que cada aluno tem seu ritmo de aprendizado; a impossibilidade da utilização do ensino coletivo por um período superior a dois anos, pois o aluno deveria ser encaminhado ao ensino individualizado para ter um desenvolvimento técnico musical mais satisfatório, o que não seria possível no ensino coletivo.
Nesse sentido, a resistência de alguns professores ao ensino coletivo de instrumento está relacionada à influência do pensamento cartesiano caracterizado pela busca do virtuosismo para alcançar a melhor qualidade técnica. (Cruvinel, 2004)
Sobre essa questão Teixeira nos diz:
Essa visão do músico instrumentista que deve ser um virtuose prevalece nos Conservatórios e Escolas de Música atualmente, o que acaba por limitar o acesso ao ensino instrumental, já que as aulas devem ser individuais para elevar ao máximo a técnica de cada músico. (TEIXEIRA, 2008. p. 9)

Diante das breves considerações sobre o ensino coletivo, o que se verifica é uma diversidade de opiniões acerca dos pontos positivos e negativos do processo de ensino aprendizagem de instrumentos musicais. Embora não haja um consenso sobre o êxito deste processo de ensino é notável o crescimento de experiências que utilizam essa metodologia com diversos instrumentos musicais. O violão é um dos instrumentos por meio do qual o ensino coletivo pode ser desenvolvido, na próxima parte destacaremos algumas experiências de ensino coletivo com este instrumento.
Algumas experiências de ensino coletivo de violão no Brasil
Realizamos uma pesquisa que trata de experiências de ensino coletivo com o instrumento violão, a fim de tomar conhecimento dos projetos bem sucedidos, já existentes na atualidade.
Podemos dizer que o violão é um instrumento que se adéqua muito bem ao contexto musical brasileiro. Primeiramente por sua popularidade, é um instrumento muito conhecido e usado em praticamente toda música popular brasileira. Em segundo lugar por ser um instrumento de baixo custo tanto de aquisição quanto de manutenção do “hardware”. Além disso, o violão é versátil oferecendo diversas possibilidades harmônicas e melódicas.
 Algumas iniciativas de ensino coletivo de violão vêm se destacando no cenário nacional, podemos citar:
·         O projeto “Afinando as Cordas” realizado na cidade de São João da Boa Vista no interior de SP, coordenado pelo professor João Brasileiro, o objetivo do projeto é o ensino coletivo do violão erudito.
·         A “Oficina de Violão” na UFBA com a Professora Cristina Tourinho, onde se trabalha o ensino coletivo de violão, tanto com a utilização do repertório clássico como do popular;
·         “Projeto Guri” da Secretaria do Estado de São Paulo, em que o projeto de ensino coletivo é realizado em vários pólos em diferentes cidades, o repertório preponderante é a música popular brasileira;

Encontramos também projetos socioculturais com orquestras jovens de quatro cidades: “Nova Vida” em Catalão – GO; “Camerata de Violão” Barro Alto – GO; “Sinfonia do Serrado” Niquelândia – GO e Orquestra Jovem Lar das Crianças CIP (Congregação Israelita Paulista - SP) coordenadas pelo violonista e Maestro Claudio Weizmann, este desenvolveu uma metodologia de ensino coletivo de violão e escreve os arranjos para as orquestras, abrangendo o repertório clássico e popular, sendo que na aplicação não é ele o professor de violão e sim professores da região.
Mesmo com alguns professores militando nessa linha de ensino há alguns anos, ainda há pouco material didático voltado principalmente para o processo de iniciação através do ensino coletivo com a utilização da música popular brasileira, pois não é fácil encontrar livros didáticos e arranjos de canções populares escritos e direcionados para esse fim, nesse sentido “há no presente momento uma falta de repertório que trabalhe a iniciação no instrumento musical através da proposta de ensino coletivo” (VIEIRA, 2007, p. 2)
 Embora haja professores atuando em escolas e projetos com a utilização do ensino coletivo, existe pouca divulgação sobre a metodologia e o material didático criado ou adotado por esses professores. Na maioria das vezes, os projetos e os resultados são divulgados, mas não a metodologia aplicada. Tal situação pode se configurar em uma barreira para que novos professores possam aderir ao método de ensino coletivo.
O objetivo principal deste texto é relatar a experiência e a metodologia utilizada no ensino coletivo de violão em duas escolas públicas na cidade de Goiânia, onde se utiliza prioritariamente o repertório da música popular brasileira conforme será apresentado abaixo.
A experiência do ensino coletivo de violão
O projeto de ensino coletivo de violão nasceu com a intenção de levar até os alunos da rede pública matriculados em escolas de ensino regular o ensino musical através do aprendizado do violão. Definiu-se pela utilização da música popular brasileira como eixo principal de trabalho, objetivando o conhecimento e o fortalecimento da cultura do nosso país.
A maioria dos jovens no Brasil não conhecem grande parte dos clássicos da música popular brasileira, artistas que fazem parte de nossa identidade cultural e política como: Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Geraldo Vandré e outros. Partimos também da concepção, segundo a qual, acredita-se no “poder da música como agente transformador do ser humano, uma forma de expressão e interação que deveria ser oferecida a todas as pessoas”. (TOURINHO, 2008, p.1).
A proposta do ensino coletivo de violão nasceu em uma escola pública na periferia de Goiânia, onde o violão era usado como recurso didático para as aulas de música do ensino regular, os alunos passaram a solicitar ao professor que os ensinassem a tocar o instrumento. A partir de então surgiu o projeto, optou-se pelo ensino coletivo devido a alta demanda de alunos interessados em aprender a tocar o violão, sendo que havia apenas um professor para atender todos os alunos na escola.
As aulas coletivas de violão tiveram início em março de 2005, sendo aplicadas inicialmente em apenas uma escola da periferia da cidade. Constatou-se que havia um grande interesse, mas que muitos não puderam participar, pois não tinham condições financeiras de comprar o instrumento. Mesmo assim o projeto atendeu por volta de quarenta alunos no primeiro ano. As turmas foram divididas da seguinte forma: seis turmas no período matutino e seis no período vespertino, sendo que o tempo era de cinquenta minutos. Cada turma possuía de três a seis alunos, sendo que era ministrada apenas uma aula por semana. Identificaremos esta escola como “Escola A”.
Depois de três anos de execução do projeto, no ano de 2008 ele foi estendido a outra escola da rede pública da mesma cidade, agora na região central. Os bons resultados foram os motivos pelos quais houve a ampliação do projeto. No primeiro ano de implementação do projeto na segunda escola, a quantidade de alunos por turma era de oito a dez alunos e o tempo de duração foi ampliado para uma hora e quinze minutos. Foram atendidos nesse primeiro ano mais de cinquenta alunos. Identificaremos esta escola como “Escola B”.
Relatamos sobre a implementação do projeto nas escolas A e B agora será descrito os desafios e as mudanças que houveram do início do projeto até agora, isto é, seis anos após o inicio do projeto na “Escola A” e três anos na “Escola B” e como o projeto está sendo executado no ano de 2010.
No que se refere ao tempo, verificou-se que 50 minutos eram insuficientes para alcançar um bom rendimento de aprendizado, desse modo, verificou-se a necessidade de ampliação do tempo das aulas. No ano de 2006 ampliou-se o tempo de aula para uma hora e quinze. Em 2008 quando o projeto foi implantado na “Escola B” as primeiras turmas já foram iniciadas com o tempo de uma hora e quinze minutos. No entanto, o tempo ainda não era suficiente e a partir de 2009 ampliou-se o tempo de aula tanto na “Escola A” quanto na “Escola B” para uma hora e trinta minutos.
No quesito aulas semanais, no ano de 2009 e 2010 na “Escola B” as turmas do período matutino tiveram duas aulas por semana de uma hora e 30 minutos, sendo que os alunos do período vespertino da “Escola B” e todos os alunos da escola “Escola A” continuaram tendo apenas uma aula por semana, devido à impossibilidade do professor ministrar duas aulas semanais em todas as turmas das duas escolas. Verificou-se que o desempenho de aprendizagem dos alunos que tiveram duas aulas semanais foi superior ao dos que tiveram apenas uma, constatou-se, assim, que é preferível para o método de ensino coletivo de violão duas aulas semanais de aproximadamente 1 hora e 30 minutos. Tal constatação confirma a experiência de professores, como Flávia Cruvinel, que considera ideal destinar duas aulas por semana para o ensino coletivo. 
O projeto é realizado no contra turno escolar, ou seja, os alunos do período vespertino participam do projeto no período matutino, os alunos do período matutino participam do projeto no período vespertino e os alunos do período noturno podem escolher em qual dos dois períodos participar.
Infelizmente há uma maior evasão dos alunos do ensino médio no projeto, isso ocorre, principalmente, devido à inserção no mercado de trabalho, onde grande parte consegue seu primeiro emprego, não sendo mais possível frequentar as aulas.
Iremos apresentar abaixo a metodologia utilizada no projeto de ensino coletivo de violão, a qual foi criada a partir da experiência vivenciada pelo professor na “Escola A” e que mais tarde foi implementada na “Escola B”. Vale ressaltar que é utilizado como material didático uma apostila de violão, criado em 2003 pelo professor, voltado inicialmente para ministrar aulas de violão particulares e individuais.
A apostila é dividida em três volumes, sendo que o volume 1 é utilizado por todos os alunos do projeto. Este volume privilegiava em 2003 tão somente o sistema de músicas cifradas e a nomenclatura dos ritmos na pauta, buscando assim um conhecimento amplo dos ritmos trabalhados pela mão direita no violão popular. Com a utilização da apostila de violão no projeto de ensino coletivo, se faz necessário de um constante processo de atualização da mesma, que ao final de cada ano é revista, modificada e ampliada pelo professor. Os volumes 2 e 3 destinam-se  exclusivamente para o desenvolvimento do repertório de músicas populares cifradas.
Atualmente a apostila já contempla além da proposta inicial, a leitura e a escrita musical tradicional, onde se inseriu os arranjos instrumentais[2] a duas, a três e a quatro vozes, de canções populares brasileiras, escritas especificamente para o projeto de ensino coletivo, como também a escrita de adaptações de músicas clássicas conhecidas para duas vozes.
É utilizada ainda uma leitura musical diferenciada para algumas melodias, onde se escreve o nome das notas por extenso, sendo indicada a nota grave seguida por uma vírgula, nota média sem nada e a nota aguda seguida por uma aspa, sendo que a divisão rítmica não é indicada, pois os alunos já conhecem a ritmo da música ou passam a conhecer antes de tocá-la. Este sistema é empregado ao invés da tradicional tablatura pelo fato do aluno ler e tocar sabendo qual nota está sendo executada no braço do violão, o que não acontece no método anterior.
O repertório escolhido para a montagem da apostila foi baseado em dois aspectos, o primeiro refere-se à questão do desenvolvimento técnico progressivo, onde se começa primeiramente com ritmos dedilhados como canção, balada e valsa para que os alunos possam desenvolver a sonoridade dos acordes, simultaneamente com o acompanhamento da voz, para depois entrarem nas batidas como marcha, Guarânia, Toada, Reggae, Rock e assim progressivamente. Além disso, realiza-se a execução de melodias fáceis para que o aluno conheça, além dos acordes, as notas no braço do violão. 
O segundo aspecto refere-se à influência das letras das músicas sobre o ouvinte, onde  
propõe-se aos professores uma maior seleção das músicas que são trabalhadas na escola e na sala de aula, não proibindo simplesmente o uso dessa ou daquela música, para desenvolver nos alunos uma apreciação musical consciente e crítica, formando assim, não mais um ouvinte passivo, mas um indivíduo que possa fazer uma reflexão crítica de todo material que lê, ouve ou assiste no seu dia a dia. (SÁ, 2003, p. 199)

No projeto é utilizado um repertório, buscando fornecer aos alunos uma visão ampla das possibilidades harmônicas e melódicas do violão, sendo que no decorrer do ano os próprios alunos sugerem e contribuem para a escolha do repertório. Já ocorreram eventos onde o projeto apresentou músicas caipiras, bossa nova, samba, Rock e Reggae mostrando ao público um repertório bastante variado em uma única apresentação.
Nas duas escolas em que o projeto é realizado não há testes de seleção para novos alunos, pois acredita-se que todos possam aprender, bastando para isso disciplina e estudo. É feita apenas a inscrição do aluno sendo que as aulas são gratuitas, ele escolhe dentre os horários disponíveis o que melhor atende às suas necessidades. Os alunos que dizem ter algum conhecimento de violão são encaminhados para assistir uma aula dos alunos veteranos, para eles mesmos avaliarem se conseguem ou não acompanhar a turma existente ou se preferem ser matriculados nas turmas de alunos iniciantes.
O espaço físico para a realização do projeto é um fator importante que pode facilitar ou dificultar o bom desenvolvimento das aulas. Na “Escola A” o projeto é realizado na sala dos professores, que é ao mesmo tempo a sala da coordenação pedagógica, sendo que no dia do projeto de violão os três grupos compartilham o mesmo ambiente, o que muitas vezes acaba interferindo na concentração dos alunos, o que pode comprometer o desempenho do aprendizado. Já na “Escola B” o projeto tem uma sala específica e isolada das demais salas e da coordenação da escola, o que favorece uma maior concentração dos alunos e um melhor desenvolvimento das atividades.
Uma experiência que vem sendo aplicada e alcançando bons resultados nas duas escolas é a indicação dos alunos mais avançados como monitores, onde eles auxiliam os que apresentam uma maior dificuldade técnica e também os que perderam alguma aula, pois como as aulas são coletivas, fica quase impossível o professor repassar só para um aluno o conteúdo  perdido.
Nas aulas trabalha-se tanto o acompanhamento para a voz através da cifra, quanto a execução da melodia. Divide-se a turma em grupos, enquanto um grupo toca a melodia o outro executa o acompanhamento da música. Trabalha-se o início da leitura musical, o estudo de solos aprendidos de ouvido, além de arranjos para até quatro vozes. Já ocorreram dois recitais onde se apresentaram juntos os alunos das duas escolas, o que os tem motivado bastante.
O grande desafio deste ano de 2010 na “Escola B” foi à experiência de montar turmas com cerca de 20 a 25 alunos, devido a grande procura. Embora tivesse receio de perder o rendimento, percebeu-se que não houve queda significativa no mesmo, que permanece semelhante se comparado as turmas de 10 alunos.  . Atualmente na “Escola A” existem 39 alunos que frequentam as aulas e na “Escola B” 77[3] alunos.


Considerações Finais
Já com seis anos de existência, o projeto de ensino coletivo de violão se revela como uma possibilidade concreta de ensino para as escolas públicas de ensino regular, verificou-se que o sistema é melhor aproveitado quando direcionado para alunos iniciantes, num período aproximado de dois anos. O projeto demonstrou nesses anos, vários aspectos positivos além do estudo e conhecimento musical, como a integração e o desenvolvimento da auto-estima de todos os alunos que participam do projeto. Tem proporcionado o desenvolvimento da atenção, coordenação psicomotora e a disciplina dos alunos em todo contexto escolar, esta “melhora” no desempenho dos alunos é notada pelos professores e coordenação do colégio.
Com a música, os alunos se tornam mais atuantes na escola, perdem a timidez e melhoram a convivência e, por isso, alcançam um rendimento maior nos estudos. O projeto veio alegrar as duas escolas e mesmo nos dias em que não há aulas de violão, os alunos trazem o instrumento, fazem pequenas rodas, tocam e cantam durante o recreio, a música transformou a rotina das duas escolas em que o projeto foi implantado.

Referências
CRUVINEL, M. Flavia. Educação musical e transformação social. Goiânia: Instituto Centro-Brasileiro de Cultura, 2005.

____________I ENECIM – Encontro Nacional de Ensino Coletivo
de Instrumento Musical: o início de uma trajetória de sucesso. Universidade Federal de
Goiás. In: I ENECIM – Encontro Nacional de Ensino Coletivo de Instrumento Musical.
2004, Goiás. Anais... p. 30-36 .1 CD-ROM.

SÁ, Fábio Amaral da Silva. A Influência das Letras das Músicas no Ouvinte: Um Estudo. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2003. p. 208. 

___________e BORBA, Renato. O melhor do violão popular, 2003.

TEIXEIRA, Maurício Sá Barreto. Ensino Coletivo de Violão: Diferentes Escritas no
Aprendizado de Iniciantes. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2008. p. 40

TOURINHO, Cristina. O ensino coletivo violão na educação básica e em espaços alternativos: utopia ou possibilidade? 2008.In: VIII Encontro Regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Educação Musical e III Encontro Nacional de Ensino Coletivo de Instrumentos –ENECIM, Brasília,  2008, Brasília.

 VIEIRA, Gabriel. Ensino Coletivo de Violão: Técnicas de arranjo para o
desenvolvimento pedagógico. In: XVI Encontro Anual da ABEM e Congresso Regional
de ISME na América Latina. 2007, Goiás, p. 1-12.



[1] Para maior aprofundamento de o tema conferir o livro Educação Musical e Transformação Social de Flavia Maria Cruvinel.
[2] Alguns arranjos instrumentais foram realizados por um músico especialista nesta área.
[3] Um dos fatores que explicam a maior quantidade de alunos refere-se, primeiro, ao tamanho da escola, isto é, é uma escola de grande porte e, segundo, a participação da escola que adquiriu 11 violões que estão sendo emprestados aos alunos que não tem condições de comprar um violão. 
O PROJETO

 “O Ensino Coletivo do Violão Popular” foi criado em Março de 2005, para levar até os alunos do Colégio Estadual João Bênnio, situado no Jd. Curitiba III, o ensino musical através do aprendizado do violão, com músicas e ritmos brasileiros, fortalecendo o conhecimento da cultura do nosso País.ra
O projeto tem despertado os jovens para a construção coletiva do aprendizado, para o convívio harmonioso e para a importância da disciplina. Têm como princípio a cultura da paz já que a música, sendo uma linguagem universal, vêm proporcionar união, alegria, amizade e a paz entre os alunos.
Com a música, os alunos se tornam mais atuantes na escola, desenvolvem a auto estima e a socialização resultando no melhor aproveitameto dos estudos.
No ano de 2008 o projeto do Professor foi ampliado para mais duas escolas: o IEG – Instituto de Educação de Goiás, e o Colégio Externato São José.
O 9º recital que acontecerá dia 03 de Dezembro no Teatro Madre Esperança Garrido busca unir em um só palco cerca de 100 (cem) alunos de violão do Projeto “O Ensino Coletivo do Violão Popular” criado e desenvolvido pelo Professor, como também a participação de seus alunos particulares,  onde os alunos irão apresentar arranjos em conjunto de músicas populares brasileiras, como Carinhoso, Aquarela, Romaria, Asa Branca, Wave, Eu Sei que vou te amar, Maria Maria, dentre outras canções.
Teremos participações especiais como a Cantor e compositor Anderson Richards da Banda MR. GYN e os Professores da Banda Musical do IEG
Atualmente o Projeto é realizado em duas Escolas da Rede Estadual O Colégio Estadual João Bênnio - Jd. Ciritiba III e o  IEG - Instituto de Educação de Goiás – Vila Nova,  Sob a Supervisão do Centro de Estudos e Pesquisa Ciranda Arte. 
Teremos a participação de dois outros projetos de Violão o projeto Casa da Arte também coordenado pelo professor Fábio Amaral criado pela ONG - Instituto Oficina de Arte e o Projeto Retocar coordenado pelo professor João Albernaz no Instituto Selecta. E os alunos de violão do Professor do Colégio Externato São José.
03/12/2012
Local: Teatro Madre Esperança Garrido
Av. Contorno 63 Centro.
Horário: 20:00 horas
Ingresso: R$ 2,00

Professor de Violão: Fábio Amaral - (62) 8407 6096 

Ensaio do Projeto "O Ensino Coletivo do Violão Popular, realizado neste domingo dia 25/11/2012 no IEG -   Instituto de Educação de Goiás.